Se em cada período da sua vida o ser humano deseja afirmar-se, encontrar o amor, na juventude o deseja de uma forma ainda mais intensa. O desejo de afirmação, em todo caso, não deve ser entendido como uma legitimação de tudo, sem exceções. Os jovens de modo algum querem isso: estão dispostos inclusive a serem repreendidos, exigindo que se diga a eles sim ou não. Eles precisam de guias, e os querem disponíveis. Se procuram pessoas abalizadas, fazem-no porque as percebem ricas de calor humano e capazes de caminharem junto com eles pelos caminhos que escolhem seguir.
Fica claro, portanto, que o problema essencial da juventude é profundamente pessoal. A juventude é precisamente o período da personalização da vida humana. É também o período da comunhão. Os jovens, tanto os rapazes como também as moças, sabem da obrigação de viver para os outros e com os outros, sabem que a sua vida tem sentido na medida em que se torna um dom gratuito para o próximo. Aí tem origem todas as vocações: tanto as sacerdotais ou religiosas como também as vocações ao matrimônio e à família. Também a chamada para o matrimônio é uma vocação, um dom de Deus.
Fonte: João Paulo II. Cruzando o limiar da esperança, perg./resp. 19, 1994.