"A amizade nos liberta da preocupação com a minha própria pessoa."
Amizade é o tipo de relacionamento das pessoas da Trindade entre si e da Trindade com o homem. Não devemos ter medo de estabelecer relacionamentos afetivos, por ser considerado perigoso.
É um erro pensar que devemos não amar os outros para amar somente a Deus. É necessário vencer a desconfiança dos irmãos, não reprimir as manifestações de afeto em nós e nos outros.
Voltaire define a amizade como: “Contrato tácito entre duas pessoas sensíveis e virtuosas. Virtuosas porque os maus não atraem mais que cúmplices. Os voluptuosos carreiam companheiros na devassidão. Os interesseiros reúnem sócios. Os políticos congregam partidários. O comum dos homens ociosos mantém relações. Os príncipes têm cortesãos. Só os virtuosos possuem amigos”.
Santo Agostinho define a verdadeira amizade cristã com quatro características:
- Deus é o autor da amizade e é Ele quem a dá. A amizade é, portanto, um carisma dado por Deus;
- A amizade deve ser estável em Deus;
- A amizade cristã é transfigurada pela graça, supera os limites humanos;
- A amizade só atingira sua perfeição no céu, quando o amor será perfeito em todos.
Para ele a amizade é uma realidade humana divinizada e eterna.
Quanto ao apego, a origem dele não é a amizade, é o egoísmo, a insegurança, a auto-imagem negativa, a incerteza de ser amado.
Nossa concupiscência egoísta gera o apego, que nada mais, nada menos que o amor a nós mesmos.
As amizades autênticas abrem as portas para os outros, para o mundo, para a certeza de ser amada, para a segurança de ser digna de amor. Emprestam-lhe novo ânimo na vida, novo entusiasmo no trabalho, enchem sua vida de sentido, fazem-na voltar-se para Deus, que é a plenitude da amizade.
A amizade passa por várias fases. A primeira dela é a inicial, geralmente mais ‘grudadas’, mais ‘fechadas’ pois alimentada pela fascinação inicial de um relacionamento de descobertas, de fascínio pela riqueza do outro e da valorização de si pelo amigo ou amiga.
Depois vem a fase mais madura, mais realista, que passa pela fase da prova, da decepção e da amizade mais profunda que ama não mais ‘por causa’ das qualidades descobertas no outro e em si mesmo, não mais ‘apesar’ das fraquezas e defeitos que se começa a perceber o outro em si mesmo, mas ‘por causa’ das fraquezas, erros e defeitos próprios e do outro.
A maturidade que for alcançada nos relacionamentos humanos, será alcançada também no relacionamento com Deus. Também na amizade com Ele, passamos da primeira etapa do encantamento, fascínio, certeza de ser amado, certeza de amar a Deus para uma fase de inúmeras provas e doloroso auto-conhecimento até que nos permitamos e desejemos ser amados por Deus não somente ‘apesar de’ nossas fraquezas e pecados, mas ‘por causa’ deles.
O objetivo da amizade é o de ajudar um ao outro para o mais completo crescimento. Deus nos plasmou de tal forma que é somente com a influência e ajuda de outros que nós conseguiremos desabrochar de dentro para fora.
A amizade nos liberta da preocupação com a minha própria pessoa. É essa libertação do egocentrismo que me tornará aberto para o contato com Deus.
A experiência de estar sendo conhecido e amado de modo especial dentro de uma amizade humana irá me libertando da descrença, irá me abrindo para acreditar que Deus poderá estar me amando de modo especial.
A amizade cristã, ao me fazer experimentar o que é sentir-se à vontade na intimidade, esta me preparando para sentir mais completamente em casa com a Santíssima Trindade.
A amizade me impelirá à intimidade maior com Deus.
Nos nossos relacionamentos precisamos viver a própria amizade da Trindade. Mas será somente com o Senhor que conseguirei viver a perfeita amizade. Somente Ele satisfaz plenamente minha carência de intimidade.
Por: Valdelene Senna
Comunidade Recado
Amizade é o tipo de relacionamento das pessoas da Trindade entre si e da Trindade com o homem. Não devemos ter medo de estabelecer relacionamentos afetivos, por ser considerado perigoso.
É um erro pensar que devemos não amar os outros para amar somente a Deus. É necessário vencer a desconfiança dos irmãos, não reprimir as manifestações de afeto em nós e nos outros.
Voltaire define a amizade como: “Contrato tácito entre duas pessoas sensíveis e virtuosas. Virtuosas porque os maus não atraem mais que cúmplices. Os voluptuosos carreiam companheiros na devassidão. Os interesseiros reúnem sócios. Os políticos congregam partidários. O comum dos homens ociosos mantém relações. Os príncipes têm cortesãos. Só os virtuosos possuem amigos”.
Santo Agostinho define a verdadeira amizade cristã com quatro características:
- Deus é o autor da amizade e é Ele quem a dá. A amizade é, portanto, um carisma dado por Deus;
- A amizade deve ser estável em Deus;
- A amizade cristã é transfigurada pela graça, supera os limites humanos;
- A amizade só atingira sua perfeição no céu, quando o amor será perfeito em todos.
Para ele a amizade é uma realidade humana divinizada e eterna.
Quanto ao apego, a origem dele não é a amizade, é o egoísmo, a insegurança, a auto-imagem negativa, a incerteza de ser amado.
Nossa concupiscência egoísta gera o apego, que nada mais, nada menos que o amor a nós mesmos.
As amizades autênticas abrem as portas para os outros, para o mundo, para a certeza de ser amada, para a segurança de ser digna de amor. Emprestam-lhe novo ânimo na vida, novo entusiasmo no trabalho, enchem sua vida de sentido, fazem-na voltar-se para Deus, que é a plenitude da amizade.
A amizade passa por várias fases. A primeira dela é a inicial, geralmente mais ‘grudadas’, mais ‘fechadas’ pois alimentada pela fascinação inicial de um relacionamento de descobertas, de fascínio pela riqueza do outro e da valorização de si pelo amigo ou amiga.
Depois vem a fase mais madura, mais realista, que passa pela fase da prova, da decepção e da amizade mais profunda que ama não mais ‘por causa’ das qualidades descobertas no outro e em si mesmo, não mais ‘apesar’ das fraquezas e defeitos que se começa a perceber o outro em si mesmo, mas ‘por causa’ das fraquezas, erros e defeitos próprios e do outro.
A maturidade que for alcançada nos relacionamentos humanos, será alcançada também no relacionamento com Deus. Também na amizade com Ele, passamos da primeira etapa do encantamento, fascínio, certeza de ser amado, certeza de amar a Deus para uma fase de inúmeras provas e doloroso auto-conhecimento até que nos permitamos e desejemos ser amados por Deus não somente ‘apesar de’ nossas fraquezas e pecados, mas ‘por causa’ deles.
O objetivo da amizade é o de ajudar um ao outro para o mais completo crescimento. Deus nos plasmou de tal forma que é somente com a influência e ajuda de outros que nós conseguiremos desabrochar de dentro para fora.
A amizade nos liberta da preocupação com a minha própria pessoa. É essa libertação do egocentrismo que me tornará aberto para o contato com Deus.
A experiência de estar sendo conhecido e amado de modo especial dentro de uma amizade humana irá me libertando da descrença, irá me abrindo para acreditar que Deus poderá estar me amando de modo especial.
A amizade cristã, ao me fazer experimentar o que é sentir-se à vontade na intimidade, esta me preparando para sentir mais completamente em casa com a Santíssima Trindade.
A amizade me impelirá à intimidade maior com Deus.
Nos nossos relacionamentos precisamos viver a própria amizade da Trindade. Mas será somente com o Senhor que conseguirei viver a perfeita amizade. Somente Ele satisfaz plenamente minha carência de intimidade.
Por: Valdelene Senna
Comunidade Recado